segunda-feira, 27 de junho de 2011

POEMAS DE SEGUNDA

DESENCONTRO - Carlos Rafael

Cansei-me de ti
Entristece-me perder o que nunca existiu,
mas não quero permanecer no que existe.
Dentro das muralhas da tua beleza
corre um rio de egoísmo
que já não consigo suportar.
Destruiste as margens da tolerância
e as águas começam já a inundar-me a dignidade.
Quem despejou esta arrogância na tua corrente?
És uma enxurrada violenta
que desagua no mar poluído da insensatez.
Tu, encanto interrompido pelo desnudar dos dias
que desenhou uma fé sombria nos meus sonhos
e incendiou de dor o horizonte.

Porque deixaste que o desejo nefasto do teu orgulho
secasse o rio de ilusão que me enchia a alma?
Procuro ainda na essência nocturma dos teus lábios
um fôlego de sobrevivência que faça palpitar
o esplendor da tua imagem.
Caminho neste Outono embriagado de desilusão
e oiço a tua voz desfalecer no vento.
Sigo sedento pelo labirinto íntimo de êxtases perdidos
que vivem encalhados no fundo da minha memória.
Mergulho no brilho pálido da tua inocência
e nas águas anémicas de alegria
aguardo uma transfusão
que faça circular a eternidade.

2 comentários:

Anónimo disse...

GIROOOOOOOOOOOO...............5ºE

Anónimo disse...

ESTÁ GIRO.................................................................................5ºE