VIVA A REPÚBLICA
A Biblioteca, em articulação com
a disciplina de História -9º ano- assinalou os 105 anos da Implantação da
República com a exposição “Viva a
República”, com um concurso de marcadores alusivos ao dia e ainda com o
passatempo “Vamos Descobrir”.
Na próxima semana saberemos quem
são os vencedores dos desafios propostos. Estejam atentos!
E porque o nosso patrono, João de
Barros, foi também um dos vultos da 1ª República, deixamos parte de um poema da
sua autoria!
De Humilde Plenitude, transcrevem-se as primeiras estrofes do longo
poema, Os Canais.
OS CANAIS (Bruges)
a António Carneiro
A sonolência
A sonolência doentia dos canais,
Tem-me perdidas horas junto ao cais,
Horas perdidas, sem amor, sem violência,
Horas de cinza, agonizantes, sempre iguais,
Horas de chumbo – como a água dos canais...
Água parada,
Água viscosa, água soturna – água quase sem cor,
Onde a névoa adormece, onde o silêncio nada...
– Aves que passem, numa lenta revoada,
Barcos levados no balanço da remada,
São como sombras de cansaço e de torpor...
Miram-se as casas velhas e severas
Na água adormecida...
Olho as janelas – e não há sinal de vida...
Nunca floriram primaveras ou quimeras
Naquela paz adormecida...
(...)
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