Exposição EB de Corroios (2015-2016) |
Exposição EB de Corroios (2015-2016) |
Exposição EB de Corroios (2015-2016) |
Um dia a comemorar
E porque o nosso patrono, João de Barros, foi também um dos vultos da 1ª
República, deixamos parte de um poema da sua autoria!
De Humilde Plenitude, transcrevem-se as primeiras estrofes do
longo poema, Os Canais.
OS CANAIS (Bruges)
a António Carneiro
A sonolência
A sonolência doentia dos canais,
Tem-me perdidas horas junto ao cais,
Horas perdidas, sem amor, sem violência,
Horas de cinza, agonizantes, sempre iguais,
Horas de chumbo – como a água dos canais...
Água parada,
Água viscosa, água soturna – água quase sem cor,
Onde a névoa adormece, onde o silêncio nada...
– Aves que passem, numa lenta revoada,
Barcos levados no balanço da remada,
São como sombras de cansaço e de torpor...
Miram-se as casas velhas e severas
Na água adormecida...
Olho as janelas – e não há sinal de vida...
Nunca floriram primaveras ou quimeras
Naquela paz adormecida...
(...)
Sem comentários:
Enviar um comentário