1910 - 2020 -
Assinalamos, no dia de hoje, 110 anos da implantação da República em Portugal.
Deixamos um pequeno excerto de um poema da autoria de João de Barros (1881-1960, republicano, pedagogo
e poeta – patrono do nosso Agrupamento.
Canção do Homem
Onde vou, onde vou – que um sol mais vivo
Me atrai os olhos e me guia os passos?
Que Terra é esta, onde não sou cativo?
Que sonho é este, que me estende os braços?
Onde vou eu, atónito e sozinho,
Quase perdido, ansioso em meu andar?
-Fogem as sombras pelo meu caminho
E o meu passado é como um torvelinho
De espumas vagas sob a luz do luar
Vai subindo da Terra de oiro e rosa
E do mar todo em chama….
- E eu bebo essa frescura, que embriaga,
Da água que foi rio, fonte ou vaga,
Ou se perdeu na lama!
Barros, João, Humilde Plenitude, Livros Brasil, Lisboa,
1951Págs. 62, 63
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